PAIAIÁ FC – COMUNICADO OFICIAL!

Para se formar um time de futebol de várzea não é fácil. Todos sabemos . Porém, alguns times estão imbuído de algo peculiar: manter viva as raízes culturais. O Paiaiá FC é um deles.

Nós , jogadores nascidos no Paiaiá ,tínhamos uma base que atuávamos em outros times ,como : Gatusa, Racionais, Tricolor e por último o  Benfica. Todos os domingos estávamos prontos, um grupo de 6 ou 7 jogadores  em defesa desses time e fazendo novas amizades. Os  jogos do Paiaiá eram marcados  esporadicamente durante o ano . De 2011 até oficializar o Paiaiá em 2015, tivemos um número de jogos significativos .Mas sem muita organização. Nesses jogos sempre surgia a conversa(informal) de formar o time do Paiaiá. Mas sempre relutávamos na hora de “quem vai assumir a frente”.

Com o time ficaria a certeza de reunir amigos de infância (no Paiaiá) para um entretenimento regrado a histórias e estórias  do nosso querido povoado de São José do Paiaiá.

Eu, Carlos Sílvio, depois de tantos jogos esporádicos que vínhamos fazendo desde 2011 e  presenciar tanta falta de organização onde jogava, conversei com Uilton, Zé Elson, Rui e Itaécio e decidi inscrever  na Liga de Santo Amaro o PAIAIÁ FUTEBOL CLUBE no dia 01/03/15.

No jogo de estreia, contamos com os seguintes jogadores: 1-Carlos Sílvio,2- Rui Prado,3- Uilton Prado, 4-Gabriel Prado,  5-Itaécio Prado, 6-Neto Prado,7- Joilson Prado, 8-Pedro Prado,9-Binho,10- Zé Elson, 11-Márcio , 12-Edmilson,13- Lio Bala, 14- Gê, 15- Zé Nilton (Nova Soure), 16-Adagilson (Ribeira do Pombal), Amarelo, Régis e Fabrício.

Quando veio a ideia de formar um time, pensei logo no escudo, que foi pensado pra ser diferente. Este é o motivo dos dois livros (uma homenagem a Biblioteca do Paiaiá). Francisco Silva fez o esboço e João Ricardo deu sequência, concluindo o escudo de forma perfeita.

O Paiaiá se tornou uma atração por onde passamos , tanto dentro de campo como a postura de nossos jogadores fora de campo. Sempre recebemos elogios e convite para voltarmos.

Jogar no Paiaiá era algo diferente. Para mim, em primeiro lugar, estava em jogo o nome PAIAIÁ. Isso sempre foi o mais importante.

O Paiaiá rodou a cidade de São Paulo e chegou à mídia. Não foi diferente quando entrei em contato com o jornalista e pesquisador do VárzeaPédia , do jornal Metrô News, Diego Viñas. O jornalista foi assistir o time e publicou uma matéria sobre o Paiaiá FC no jornal.

No dia 08/03/2020, ao vencer o Madrugada FC pelo placar de 2 x 1, NO CDC Parque Fernanda, em jogo válido pela quinta temporada na várzea paulistana, o Paiaiá Futebol Clube alcançou a incrível marca de 500 gols em sua história. O autor do gol de número 500 foi o meio campista Gê.

O Paiaiá Futebol Clube chgeou ao conhecimento do maior jornalis do Brasil, Ricardo Boechat, que divulgou da Rádio Band News, FM. Eu mesmo, presentiei Boechat com com um chaveiro do time.

Além de promover jogos de futebol o Paiaiá FC ingressou na campanha “Natal:Semeando lembranças” que visa arrecadar brinquedos, em São Paulo, e encaminhados para o Paiaiá, para presentear as crianças do nosso querido povoado.

A Pandemia do Novo Coronavírus, que pegou todo mundo de surpresa, causou a interrupção dos jogos de futebol. O Paiaiá FC também parou suas atividades.

A pergunta era: voltaremos um dia a jogar?

Pois bem, no final de 2021, Fábio Fly, goleiro do time Nosso Time, pelo respeitoe admiração que tem pelo nosso time, me convidou para fazer o jogo de fechamento do ano, no CDC Bola. A conversa era: o Paiaiá precisa voltar.

O convite se repetiu para o jogo de aniversário do time. Lá, estivemos. Empatamos em 1 x 1 e perdemos nos pênaltis. Mas fizemos um jogo bom. “Precisa marcar, pelo menos ujm jogo por mês”, diziam alguns jogadores.

Não me falta convite para jogar em outros times. Mas não tenho a motivação com tenho, quando é jogo do Paiaiá.

Este texto não é para mostrar números. Sabemos que Binho foi quem mais marcou gols na hisória geral;Tunico, em segundo lugar…

Este texto é para dizer que meu domingo (09/10/22), começou no sábado à noite.

Não foram poucas às vezes que paguei condução para ter o número suficiente de jogadores, que sair cedo, para buscar jogador. Como quando fomos jogar em Atibáia (80 km de São Paulo), em que sair de casa às 4h30, fui em Parelheiros, Jardim Ângela para chegar no local do jogo em tempo (08h30), com um número de jogadores suficientes. Uma distância que eu poderia sair de casa às 07h e chegaria a tenmpo. Tudo isso era cansativo? Sim. Havia gastos e desgaste? Sim. Sofria muitas críticas? Sim. Mas tudo isso valia a pena de me fazia feliz, pelo no PAIAIÁ.

Claro, não fiz tudo isso sozinho. Zé Elson, Uilton, Rui, Gabriel, Itaécio. Enfim, todo mundo ajudou. Posso falar disso em outra oportunidade.

Mas hoje, é um dia triste para mim.

No sábado, eu e Uilton, por volta dás 23h, conversávamos e mandávamos mensagens para tentar conseguir jogadores. “Eu estou machucado”, respondeu Marcos do ABC.

Quando acordei (05h30), sem sono, preocupado por não ter nem 11 jogadores disponível para o jogo. Afinal, no sábado recebi a negativa de 2 jogadores. Mas, chegaríamos no campo com 11 jogadores, pensei.

Chegamos com 8 jogadores. Marcos do ABC, foi lá para assistir. Foi o terceiro a chegar no campo. Acabou jogando e nos ajudando, mesmo machucado. Muito obrigado.

Assim como Zé Elson, que mesmo machucado, se deslocou 36 km para assitir ao jogo.

Guduga, Lio e Itaécio foram trabalhar; outros três faltaram. Solicitamos a ajuda de alguém que estava no campo. Completamos os 100. Fizemos 1 a 0, com Tunico cobrando falta. Sem poder de marcação, sofremos a virada ainda no primeiro tempo.

Voltamos para o segundo tempo e começamos tomar gols. Foram 5. O jogo terminou: Democratas 6 x 1 Paiaiá FC (de forma melancólica).

Voltamos a cometer o mesmo erro de antes: chegar no campo em cima da hora, com o adversário já trocado em campo. Muito chato isso!

Minhas lágrimas no vestiário, quando anunciei a parada ou o fim desse história, iniciada em 01/03/2015, continuam ao escrever este texto.

Definitivamente, não temos uma quantidade (treze) mínima de jogadores para marcar jogos.

É difícil dizer isso, mas é um fato.

O Paiaiá Futebol Clube, que tanto causou admiração na várzea paulistana, encerra suas atividades sem nenhuma previsão retorno aos campos.
Meu muito obrigado a todos que, de alguma forma, contribuiu com nossa história. Eu agradeço de coração. Juro pra vocês que tentei levar adiante, insistir, persistir… O nome Paiaiá é muito importante para mim. Mas, com o time, eu cansei!

PAIAIÁ FUTEBOL CLUBE, MAIS QUE UM TIME!

 

Carlos Sílvio

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