Com produção do ARTetetura e HUMANismo e com o objetivo de retratar a vida e obra do cantor e compositor, Geraldo Pedrosa de Araújo Dias ou Geraldo Vandré, foi lançado nesta quinta-feira (25/05), o filme O Processo de metamorfose de Geraldo V.
O trabalho dirigido por Fred Le Blue, teve como proposta criar um quadro geral dos conflitos ideológicos entre a esquerda e o militarismo no Brasil, em torno da apropriação política da figura de Vandré.
Em São Paulo, onde passa alguns dias, antes de voltar para o Rio de Janeiro, eu conversei com ele. Ao ser perguntado sobre o documentário, Vandré, curto e grosso: “ eles estão ganhando muito dinheiro com isso”, em tom nada receptivo com o filme.
Aos 88 anos de idade, em boa forma física para a idade, Vandré ainda sofre com a ausência de sua esposa, que partiu para outro plano, em dezembro de 2021.
Nascido na Paraíba e radicado no Rio, Geraldo Vandré foi um dos mais enigmáticos personagens da música brasileira. Em 1966, ganhou repercussão nacional. Naquele ano, inscreveu no Festival da TV Record a música “Disparada“.Dividiu o primeiro lugar com Chico Buarque, que concorria com “A Banda“, na voz de Nara Leão.
A consagração veio dois anos depois, quando “Para Não Dizer Que Não Falei das Flores“, também conhecida como “Caminhando”, ficou em segundo lugar no 3º Festival Internacional da Canção, atrás de “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque, o mesmo adversário de 1966.
Inquieto, com um boné cobrindo os olhos, Vandré responde sem demonstrar muita simpatia. É curto nas respostas, é enigmático o tempo todo.
Carlos Sílvio
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